Novo livro de Anita Schlesener, Grilhões Invisíveis: as dimensões da ideologia, as condições de subalternidade e a educação em Gramsci

Foto do site Editora UEPG
Tive a alegria de receber a Profa. Anita Schlesener no Centro Acadêmico do Agreste da UFPE em 2009. Na ocasião, a pesquisadora proferiu uma palestra e lançou seu livro A Escola de Leonardo: política e educação nos escritos de Gramsci, publicado pela Líber Livro no mesmo ano.

Filósofa e professora da Universidade do Tuiutí - PR, a estudiosa da obra de Antônio Gramsci, agora nos brinda com seu novo livro, Grilhões Invisíveis: as dimensões da ideologia, as condições de subalternidade e a educação em Gramsci, publicado pela Editora UEPG, em 2016.

A temática do livro é, sem dúvida, bastante sugestiva para quem busca referências de análise dos tempos de retrocesso em que vivemos e o papel ideológico cumprido pela educação na reprodução das condições de subalternidade.



No prefácio, o professor da UNESP, Marcos Del Roio atesta a relevância da obra e da autora:

Este livro de Anita Helena Schlesener mostra uma pesquisadora em plena maturidade de sua reflexão teórica. Anita tem livros importantes sobre Gramsci em Turim, textos que já nos fazem perceber como o pensamento de Gramsci agia com força no debate ideológico, na crítica radical da ordem social vigente na Itália e na Europa. Por sua, vez o livro que o leitor agora manuseia discute um tema crucial dentro do campo teórico/prático da tradição inaugurada por Karl Marx, a educação, mas traz a contribuição e mediação de Gramsci para pensar elementos de construção de hegemonia burguesa, como a linguagem e a própria educação. Mas a finalidade mesmo é abordar o tema difícil, mas essencial, de uma educação emancipatória para o mundo atual, um mundo inteiramente dominado pelo capital e que expõe sem qualquer pudor a sua horrível face da regressão cultural e da barbárie tecnológica e que mesmo assim mantém também o domínio ideológico.

Descrição pela Editora UEPG

Como entender um mundo no qual todos somos trabalhadores, mas não nos entendemos como parte de uma classe social ou de uma coletividade que sofre as mesmas dores e as mesmas humilhações numa sociedade na qual o capital continua a se multiplicar a partir da exploração da força de trabalho? Por que não sentimos mais solidariedade com os que são expropriados como nós e, principalmente, por que não nos sentimos expropriados em nosso trabalho? Por que nos conformamos ante a profunda desigualdade social que grassa a nossa sociedade, como se a desigualdade social fosse natural? Este livro pretende discutir estes temas cruciais retomando a tradição inaugurada por Marx e reinterpretada por Gramsci, para pensar as novas dimensões da hegemonia burguesa na era neoliberal, na qual a ideologia toma proporções inusitadas pela naturalização dos conceitos na vida cotidiana, na forma da linguagem e nos mecanismos de educação. A educação, na sua dimensão política, apresenta-se como um dos caminhos para a emancipação humana, neste emaranhado de barbárie e violência no qual estamos imersos. A educação tem a função primordial de elucidar os grilhões que nos prendem e que, sem ela, permanecem invisíveis. 


Segue o link para aquisição do livro no site da editora:

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