sábado, 24 de novembro de 2018

Blog do Freitas: "Um ministro fraco, para um ministério fraco."

Mais do que a polêmica sobre Olavo de Carvalho, que indicou o Ministro da Educação do governo Bolsonaro, o importante é traçarmos prognósticos sobre os rumos da política educacional para o próximo período. Neste sentido, compartilho o balanço do Prof. Luiz Carlos de Freitas (FE/Unicamp). Conforme o professor:
Do ponto de vista técnico, não se pretende um ministério da Educação forte, pois igualmente não se pretende um Estado forte. A educação é vista como uma área da economia a ser inserida no livre mercado, na esteira do Estado mínimo. Resta para o ministério da Educação, a função ideológica de imposição de uma única ideologia que dê sustentação ao liberalismo econômico (complementando a função do ministério da Justiça) e o controle de processos de privatização (complementando a função do ministério da Economia), os únicos núcleos fortes do novo governo (sem contar o pessoal da área militar sempre de prontidão), pois eles têm que comandar a desideologização da juventude e a desestatização da economia, diminuindo o Estado.
Tentar entender o quem vem pela frente é fundamental para defesa da educação pública. Leia íntegra da postagem aqui: https://avaliacaoeducacional.com/2018/11/23/um-ministro-fraco-para-um-ministerio-fraco/

Leia também: Escola Sem Partido: os negócios bilionários por trás do moralismo

Escola Sem Partido: os negócios bilionários por trás do moralismo

Imagem: Sintrae MT
Compartilho reportagem de The Intercept Brasil de autoria da jornalista Amanda Audi (23 de novembro de 2018), revelando os negócios lucrativos que existem por trás do discurso moralista do projeto Escola sem Partido e da indicação do professor Ricardo Velez Rodrigues para comandar o Ministério da Educação.
Segundo a matéria, um dos grandes beneficiários da mercantilização da educação
é o próprio presidente eleito e seu guru na Economia, Paulo Guedes.
Um dos principais beneficiados com o projeto é o seu guru da Economia, Paulo Guedes. Nos últimos anos, o Posto Ipiranga do novo presidente teve como foco de investimento justamente o setor de educação particular, que agora deve florescer. Os negócios em educação de Guedes podem lucrar em duas frentes: com o reforço da educação privada e com as mudanças que podem ocorrer nos próximos anos com o Escola Sem Partido.
Uma das relações é entre a Bozano Investimentos, empresa de Guedes, que vem investindo na Kroton, que se tornou a maior corporação educacional do mundo, após ter comprado a Somos Educacional. As transações de Guedes estão sob investigação do Ministério Público Federal.
Para se ter uma ideia, em 2012, quando entrou no fundo BR Educacional, uma gestora de ativos pertencente a Guedes, o grupo Anima projetou que passaria de 42 mil para 100 mil alunos. Foi o que aconteceu. No balanço de resultados deste ano, o grupo apontou ter chegado aos 97,9 mil estudantes. O lucro bruto, no primeiro semestre deste ano, foi de R$ 246 milhões contra R$ 70 milhões no começo de 2012. O MPF está investigando o fundo por suspeita de irregularidades na gestão de dinheiro de fundo de estatais.
Ao que parece, a estratégia está clara: o moralismo, do projeto Escola Sem Partido, ao mesmo tempo, coloca uma mordaça no pensamento crítico nas escolas e faz florescer os negócios dos membros do governo, seus apoiadores e os lobistas do Congresso Nacional.