Direção da Adufepe fez jogo da Globo

A lastimável condução da assembléia por parte da direção da Adufepe contribuiu com o jogo da direita, que interdita o debate sobre as consequências da PEC 55 (PEC DA MORTE) e o fato de que existem outras alternativas a ela para recuperar a economia, sem que se destrua direitos sociais e trabalhistas. No pouco tempo de debate sobre a PEC o único professor que tentou defendê-la argumentou comparando o orçamento público ao orçamento doméstico. Todos os demais foram contrários à PEC, embora tenham dúvidas sobre a melhor maneira de lutar contra a sua aprovação. Outros foram apenas para votar contra a greve, não apresentando  qualquer disposição ao debate público.

Aos que pensam como o meu colega que defendeu a destruição de direitos sociais para equilibrar as contas do Estado brasileiro, recomendo estudar os argumentos do economista Luiz Gonzaga Beluzzo e comparecer às próximas assembléias e debates para ouvir as réplicas sobre o argumento que utilizou. Abaixo segue trecho de um dos artigos do professor Beluzzo, publicado na revista Carta Capital:
O apelo popularesco dessa narrativa apoia-se em um equívoco econômico que soa como senso comum: o Orçamento público assemelha-se ao orçamento doméstico, patranha agora sancionada com o carimbo de Temerária Sagacidade pela simpática atriz que protagoniza a propaganda do governo federal. Essa chorumela ignora que sua casa, caro leitor, não coleta impostos, não paga seguro-desemprego, não controla a taxa básica de juros da economia e não imprime dinheiro (a dívida brasileira é toda em moeda nacional).
Aos que compareceram apenas para votar contra a deflagração da greve, peço que honrem sua profissão de professores do magistério superior (pagos pelo povo) e venham a público defender suas “teses científicas” sobre o tema.

Aos que coordenaram a assembléia, exijo que parem de interditar o debate público ou estarão fazendo o mesmo jogo da Globo e do parlamento brasileiro.

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