quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

REFORMA DO ENSINO MÉDIO, BNCC E SUAS REPERCUSSÕES NO TRABALHO DOCENTE

 O Laboratório de Estudos, Pesquisa e Extensão em Ensino Médio (LEPEM) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará -IFCE (Campus Iguatú) realizou o seu I Seminário nos dias 7 e 8 de novembro de 2020. No debate sobre o tema em destaque fiz uma exposição evidenciando os nexos das reforma educacionais em curso no Brasil com uma reestruturação produtiva e um modelo de acumulação que atualiza os padrões de reprodução do capitalismo dependente.
A ênfase da minha exposição foi em afirmar a tese de que as medidas ultraneoliberais, que se iniciam ainda no segundo governo Dilma (pacote econômico de 2015), e vão se aprofundar nos governos Temer e Bolsonaro, expressam uma atualização dos padrões de reprodução do capitalismo dependente, caracterizados pela  superexploração da força de trabalho e pela transferência de valor para os países centrais. 
Medidas como a EC-95, a Reforma Trabalhista e da Previdência são expressões dessa dinâmica que atualiza a dependência e condiciona também a produção e reprodução dos padrões da escola pública brasileira, instituição necessária à formação das novas gerações para uma sociabilidade onde o desemprego e superexploração do trabalho informal, terceirizado e precário serão cada vez mais generalizados.
Portanto, a reforma do ensino médio, a BNCC e diversas outras políticas educacionais em curso no país são partes desse projeto, com drásticas consequências para o trabalho docente em todos os níveis e modalidades do ensino.  



Nenhum comentário: