sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Relator da reforma do ensino médio é quarto senador mais rico do Brasil


Um dos objetivos centrais da MP 746 que reforma o ensino médio é abrir mais um nicho de mercado para acumulação de capital via privatização da educação. Como já apontei em post anterior, a formação da juventude brasileira está sendo entregue a exploradores. A produtividade da escola, neste caso, resultaria mais da venda dos serviços educacionais do que do desempenho dos estudantes nas avaliações de larga escala.

Entre outros, um forte indício que nos leva a tal entendimento é o perfil do relator da Medida Provisória, o senador Pedro Chaves (PSC-MS).  Milionário, em 2010, quando concorreu como suplente do senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT-MS), Chaves declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 69 milhões, conforme noticiou o jornal Valor Econômico:
Empresário do Mato Grosso do Sul, criador da Universidade para o Desenvolvimento do Pantanal (Uniderp), vendida posteriormente a uma das maiores instituições privadas de ensino do Brasil, Chaves declarou em 2010 à Justiça eleitoral possuir patrimônio de R$ 69 milhões (valor não atualizado), valor que só perde para os que foram declarados por Tasso Jereissati (PSDB-CE), Blairo Maggi (PR-MT) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), entre os senadores.
Em entrevista ao Buzz Feed Brasil, o milionário afirmou não existir conflito de interesses em ser relator da MP que privatiza o ensino médio e suas atividades empresariais no âmbito educacional:
Não vi conflito porque minha escola é uma escola de dois mil alunos. No Brasil temos no ensino médio 9 milhões de alunos. Sou uma gotinha no oceano. Minha escola é quase de tempo integral. É uma escola conceituada. De classe média, média alta. Quero que as escolas estaduais tenham o mesmo tratamento.
O senador não ver conflito de interesses não significa não existir na prática. Na prática, o que estamos  vivendo é o assalto (a mão armada) da educação brasileira e em plena luz do dia!


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